União e ações estratégicas marcam a luta pela manutenção do fornecimento do bussulfano




Nestes quase dois meses que se passaram desde que recebemos, em 23 de novembro, com perplexidade a notícia de que o bussulfano seria descontinuado no Brasil, temos não apenas observado, mas atestado o quão fundamental tem sido a união de todos nós, sociedades médicas, instituições de pacientes e, sobretudo, dos nossos pacientes que, por meio de suas redes sociais, têm conseguido fazer ecoar aos quatro cantos a mensagem “#salvemospacientes”. Mais uma vez, reiteramos nosso profundo agradecimento a todos vocês!

Graças às inúmeras mobilizações, que inclusive impulsionaram nossa pauta junto à grande imprensa, abrindo espaço para que nossa petição fosse ouvida, nossas ações junto às esferas governamentais, tais como Anvisa, Ministério da Saúde, Sistema Nacional de Transplantes têm ganhado mais força e nos conduziram até o seguinte cenário atual: abrimos caminho para a possibilidade de haver a autorização da importação do fármaco, em caráter emergencial, de outro fornecedor, para que não haja o desabastecimento deste medicamento, vital ao transplante no Brasil.

Sem dúvida, trata-se de um aceno positivo frente à causa que pleiteamos em prol dos pacientes em programas de transplante de medula óssea no Brasil. Seguiremos firmes para que isso venha a se concretizar e temos tomado as medidas legais para que isso venha de fato a ocorrer.

Mas, será que isso bastaria para garantirmos o fornecimento do fármaco a nossos pacientes? Sabemos que não. Esta aprovação nos dará certo “fôlego” para que tenhamos mais tempo até encontrarmos um caminho que seja permanente e nos traga a segurança que todos nós tanto almejamos (e merecemos).

Nossa intenção é encontrar soluções que possam não apenas impedir o desabastecimento do bussulfano no Brasil, mas evitar que ocorram novas situações como esta, com outros fármacos, essenciais para os pacientes em programas de TMO. Hoje, até mesmo conforme dito pela própria Anvisa à imprensa nacional nas recentes entrevistas por ela concedidas, “o órgão não possui instrumento legal que impeça os laboratórios farmacêuticos de retirarem seus medicamentos do mercado”.

Entendemos que é preciso urgentemente rever os mecanismos que regem não apenas os registros de fármacos no país, mas também, a descontinuação de um medicamento. Já vivenciamos isso com outros medicamentos, como carmustina e melfalano. Por isso, nossa expectativa é de que a circunstância atual nos traga soluções para o futuro de nossos pacientes brasileiros.

Caso não haja uma normativa que possibilite haver estratégias que garantam a não interrupção do tratamento dos pacientes, permaneceremos reféns de situações como esta, de um iminente risco de não haver bussulfano ou acesso a outro fármaco GENÉRICO ou SIMILAR, com o mesmo princípio ativo do “bussulfano”, que também esteja devidamente registrado na Anvisa.

Portanto, ainda que se trate de um aceno positivo, é preciso manter-se vigilante e atento aos próximos passos.

São muitas perguntas e, até o momento, com respostas e posicionamentos, em sua maioria “extra-oficiais”. Reiteramos que compreendemos e valorizamos todos aqueles que têm atuado junto aos órgãos reguladores e que estão nesta luta conosco e, desta maneira, nos fazem acreditar em um resultado positivo. Mas, aguardamos em respeito aos milhares de pacientes e equipes de TMO, por uma decisão definitiva e oficial.

Neste momento precisamos manter a união e a força para que, assim, sigamos sempre no caminho certo: o de colocar nossos pacientes e suas famílias em um patamar de segurança e excelência no contexto do TMO brasileiro.


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