Estudo brasileiro de DRM-LLAb é publicado no BJHaem


Resultados apresentados são fruto do programa pioneiro na América Latina para padronização da avaliação da Doença Residual Mínima (DRM) em pacientes com Leucemia Linfoblástica Aguda de linhagem B (LLApB). Uma iniciativa da SBTMO em parceria com a Amgen® que demonstrou ser possível padronizar as práticas dos laboratórios no País usando o protocolo Euroflow..

Acaba de ser publicado no British Journal of Haematology o artigo “Multicentric standardization of minimal/measurable residual disease in B-cell precursor acute lymphoblastic leukaemia using next-generation flow cytometry in a low/middle-level income country”.

Tendo como autora principal, a Dra. Maura Ikoma-Colturato, o estudo apresenta os resultados alcançados no “Projeto Multicêntrica para padronização da avaliação da Doença Residual Mínima (DRM) em pacientes com Leucemia Linfoblástica Aguda de linhagem B (LLApB)”, uma iniciativa pioneira na América Latina, que teve início em 2019, sendo fruto da parceria entre a Sociedade Brasileira de Terapia Celular e Transplante de Medula Óssea (SBTMO) e Amgen®. “Uma importante conquista para todos os laboratórios que integraram nosso Projeto, visto que o periódico publica uma média de apenas 5% dos 3.500 artigos mensais que recebe”, referencia Dra. Maura.

Sob a coordenação de Dra. Maura, juntamente com os hematologistas e pesquisadores Nelson Hamerschlack e Belinda P. Simões – ambos membros da Sociedade, o Programa contou com 21 laboratórios de citometria de fluxo do Brasil envolvidos, os quais alcançaram resultados que demonstraram ser possível uniformizar a prática entre serviços das diferentes regiões do país utilizando o protocolo Euroflow – reconhecido como padrão-ouro, devido a sua alta sensibilidade e reprodutibilidade.

Foram três etapas: uma educacional e duas práticas que culminaram na manutenção da certificação de 16 laboratórios e na certificação de 3 novos.

O programa atraiu a atenção de grupos de citometria de fluxo da Argentina e México e foi apresentado pela Dra. Maura em eventos como LatinFlow (Congresso Latino-Americano de Citometria de Fluxo), além de eventos nacionais, como o Congresso da SBTMO e o Hemo.

Além disso, o projeto contou com dois laboratórios coordenadores, que constituíram a base de referência Euroflow no país: o Laboratório de Citometria de Fluxo do Hospital Amaral Carvalho de Jau (SP), sob coordenação da Dra. Maura, e o do Instituto de Puericultura Martagão Gesteira (IPPMG) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), sob coordenação da Prof. Dra Elaine Sobral da Costa.

Para a Dra. Maura, o Projeto contribuiu não apenas com a uniformização da prática, mas também possibilitará uma melhor avaliação da resposta inicial ao tratamento; maior segurança na indicação do transplante de medula óssea (TMO), por meio do monitoramento da carga de doenças dentro do contexto deste procedimento; e como marcador precoce de uma possível recaída.

Segundo ela, os resultados possibilitam responder questões como “quando avaliar a DRM e qual ponto de corte para um DRM positivo”. A médica acredita que com base na experiência Euroflow e compreendendo como tem sido realizada no Brasil a DRM, será possível alinhar as rotas e estandartizar a avaliação da DRM em LLA.

Estudos bem consolidados, bem como a experiência do Euroflow, demonstram que a LLA é a primeira neoplasia em que a avaliação da resposta precoce à terapia pelo monitoramento da doença residual mínima (DRM) que provou ser uma poderosa para orientar as escolhas terapêuticas. Por meio desta tecnologia, acredita-se ser possível detectar uma célula leucêmica entre 10.000 células normais ou mais em praticamente todos os pacientes, bem como determinar o momento em que devem ser introduzidos fármacos que podem eliminar a DRM positiva e reduzir o risco de recaídas pós-TMO.

Referência: Ikoma-Colturato, MRV, Bertolucci, CM, Conti-Spilari, JE, Oliveira, E., Simioni, Ikoma-Colturato, M.R.V., Bertolucci, C.M., Conti-Spilari, J.E., Oliveira, E., Simioni, A.J., Figueredo-Pontes, L.L., Furtado, F.M., Alegretti, A.P., Azambuja, A.P., Gevert, F., Gomes, B.E., Avelar, D.M.V., Soares, A.C.C.V., Ramos, P.M., Santos, B., Cortez, M.L., Beltrame, M.P., Bacal, N.S., Wagner, A., Lucena-Silva, N., Sandes, A.F., Cunha, F., Oliveira, G.H.M., Costa, E.S. and Yamamoto, M. (2022), Multicentric standardization of minimal/measurable residual disease in B-cell precursor acute lymphoblastic leukaemia using next-generation flow cytometry in a low/middle-level income country. Br J Haematol. https://doi.org/10.1111/bjh.18499


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