SBTMO lança recomendações para análise de DRM em LLA B

Acabam de ser lançadas as recomendações para a avaliação de Doença Residual Mínima /Mensurável em Leucemia Linfoblástica B (DRM LLA B) após o uso de terapia-alvo com anticorpo monoclonal bi-específico e 19CART-Cells.

Elaboradas pelo grupo de trabalho de DRM da Sociedade Brasileira de Terapia Celular e Transplante de Medula Óssea (SBTMO), as recomendações têm como propósito orientar a detecção da DRM para pacientes elegíveis às terapêuticas em questão. Elas abrangem o controle e padronização de todos os processos pré-analiticos, assim como análise de dados e de emissão de laudos, com opções para laboratórios que trabalham com citometros de fluxo de 8 a 11 cores, tendo sido incluídos no documento protocolos previamente validados.

Acesse a íntegra do documento no site da SBTMO

Pesquisa Clínica em CART-T: SBTMO, H. Clínico Barcelona e LABMT firmam parceria inédita

Mais um importante passo em direção à evolução da pesquisa clínica em CART-Cell no Brasil no contexto dos serviços públicos. Recentemente, a SBTMO, representada por seu presidente, Fernando Barroso Duarte, firmou uma parceria inédita com o Hospital Clínico de Barcelona, referência mundial em terapia celular, e com o Latin American Bone Marrow Transplantation Group (LABMT). O alinhamento foi oficializado por meio da assinatura do MOU (Memorandum of understanding).

A aproximação tem como propósito estabelecer uma colaboração entre os centros de TCTH não privados, que são filiados à SBTMO e LABMT, que contarão com a expertise e apoio da instituição barcelonesa, representada por Álvaro-Urbano Ispizua nos processos de aplicabilidade deste tipo de terapia.

*Na foto – sentido horário:*

Amado Karduss – presidente – LABMT

Fernando Barroso Duarte – presidente SBTMO

Álvaro-Urbano Ispizua – chefe de Hematologia e TMO – HCB

Carmem Bonfim – vice-presidente LABMT; diretora científica – SBTMO

Manuel Juan – chefe do Serviço de Imunologia – HCB

Valeria Duarte – gerente admin. – SBTMO

Estudo brasileiro de DRM-LLAb é publicado no BJHaem

Resultados apresentados são fruto do programa pioneiro na América Latina para padronização da avaliação da Doença Residual Mínima (DRM) em pacientes com Leucemia Linfoblástica Aguda de linhagem B (LLApB). Uma iniciativa da SBTMO em parceria com a Amgen® que demonstrou ser possível padronizar as práticas dos laboratórios no País usando o protocolo Euroflow..

Acaba de ser publicado no British Journal of Haematology o artigo “Multicentric standardization of minimal/measurable residual disease in B-cell precursor acute lymphoblastic leukaemia using next-generation flow cytometry in a low/middle-level income country”.

Tendo como autora principal, a Dra. Maura Ikoma-Colturato, o estudo apresenta os resultados alcançados no “Projeto Multicêntrica para padronização da avaliação da Doença Residual Mínima (DRM) em pacientes com Leucemia Linfoblástica Aguda de linhagem B (LLApB)”, uma iniciativa pioneira na América Latina, que teve início em 2019, sendo fruto da parceria entre a Sociedade Brasileira de Terapia Celular e Transplante de Medula Óssea (SBTMO) e Amgen®. “Uma importante conquista para todos os laboratórios que integraram nosso Projeto, visto que o periódico publica uma média de apenas 5% dos 3.500 artigos mensais que recebe”, referencia Dra. Maura.

Sob a coordenação de Dra. Maura, juntamente com os hematologistas e pesquisadores Nelson Hamerschlack e Belinda P. Simões – ambos membros da Sociedade, o Programa contou com 21 laboratórios de citometria de fluxo do Brasil envolvidos, os quais alcançaram resultados que demonstraram ser possível uniformizar a prática entre serviços das diferentes regiões do país utilizando o protocolo Euroflow – reconhecido como padrão-ouro, devido a sua alta sensibilidade e reprodutibilidade.

Foram três etapas: uma educacional e duas práticas que culminaram na manutenção da certificação de 16 laboratórios e na certificação de 3 novos.

O programa atraiu a atenção de grupos de citometria de fluxo da Argentina e México e foi apresentado pela Dra. Maura em eventos como LatinFlow (Congresso Latino-Americano de Citometria de Fluxo), além de eventos nacionais, como o Congresso da SBTMO e o Hemo.

Além disso, o projeto contou com dois laboratórios coordenadores, que constituíram a base de referência Euroflow no país: o Laboratório de Citometria de Fluxo do Hospital Amaral Carvalho de Jau (SP), sob coordenação da Dra. Maura, e o do Instituto de Puericultura Martagão Gesteira (IPPMG) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), sob coordenação da Prof. Dra Elaine Sobral da Costa.

Para a Dra. Maura, o Projeto contribuiu não apenas com a uniformização da prática, mas também possibilitará uma melhor avaliação da resposta inicial ao tratamento; maior segurança na indicação do transplante de medula óssea (TMO), por meio do monitoramento da carga de doenças dentro do contexto deste procedimento; e como marcador precoce de uma possível recaída.

Segundo ela, os resultados possibilitam responder questões como “quando avaliar a DRM e qual ponto de corte para um DRM positivo”. A médica acredita que com base na experiência Euroflow e compreendendo como tem sido realizada no Brasil a DRM, será possível alinhar as rotas e estandartizar a avaliação da DRM em LLA.

Estudos bem consolidados, bem como a experiência do Euroflow, demonstram que a LLA é a primeira neoplasia em que a avaliação da resposta precoce à terapia pelo monitoramento da doença residual mínima (DRM) que provou ser uma poderosa para orientar as escolhas terapêuticas. Por meio desta tecnologia, acredita-se ser possível detectar uma célula leucêmica entre 10.000 células normais ou mais em praticamente todos os pacientes, bem como determinar o momento em que devem ser introduzidos fármacos que podem eliminar a DRM positiva e reduzir o risco de recaídas pós-TMO.

Referência: Ikoma-Colturato, MRV, Bertolucci, CM, Conti-Spilari, JE, Oliveira, E., Simioni, Ikoma-Colturato, M.R.V., Bertolucci, C.M., Conti-Spilari, J.E., Oliveira, E., Simioni, A.J., Figueredo-Pontes, L.L., Furtado, F.M., Alegretti, A.P., Azambuja, A.P., Gevert, F., Gomes, B.E., Avelar, D.M.V., Soares, A.C.C.V., Ramos, P.M., Santos, B., Cortez, M.L., Beltrame, M.P., Bacal, N.S., Wagner, A., Lucena-Silva, N., Sandes, A.F., Cunha, F., Oliveira, G.H.M., Costa, E.S. and Yamamoto, M. (2022), Multicentric standardization of minimal/measurable residual disease in B-cell precursor acute lymphoblastic leukaemia using next-generation flow cytometry in a low/middle-level income country. Br J Haematol. https://doi.org/10.1111/bjh.18499

Atualização do Summary Slides do TCTH brasileiro publicada na JBMTCT

Acaba de ser publicada no Journal of Bone Marrow Transplantation and Cellular Therapy (JBMTCT), periódico científico oficial da SBTMO, a atualização do Summary Slides do TCTH brasileiro.

O artigo “Current Use And Outcomes Of Hematopoietic Stem Cell Transplantation: Brazilian Summary Slides”, apresenta os dados coletados de 2012 a 2021, período em que 7.982 procedimentos foram relatados ao CIBMTR de 31 centros de transplante brasileiros.

Confira também mais informações no webinar de lançamento do Summary Slides de 2022. O material está disponível a todos no canal do youtube da SBTMO também.

Por que é preciso reportar dados e fazer parte do RBTCTH?

O TCTH é uma terapia que pode ser a única opção para curar muitas doenças hematológicas malignas e não malignas, bem como prolongar a sobrevivência de muitos pacientes.

Conhecer os indicadores do TCTH, que envolvem os procedimentos realizados a cada ano, é crucial para se compreender o cenário do TCTH no Brasil e promover o aperfeiçoamento da prática, bem como a melhora nos resultados alcançados. O primeiro programa de TCTH na América Latina teve início em 1979, no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná. Desde então, o número de centros que realizam transplantes no país aumentou, gerando a necessidade de conhecer os resultados dessa modalidade de tratamento e, com isso, compreender o cenário do TCTH em nosso País.

O Brasil possui um grande programa de TCTH, com 126 equipes em 86 centros transplantadores reconhecidos pelo Ministério da Saúde. Mas, ainda nem todos os centros brasileiros reportam dados ao CIBMTR.

Atualmente, temos em nosso protocolo científico 72 centros de TCTH aprovados pela CONEP. Atualmente 30% (44) dos centros não-EUA no CIBMTR são brasileiros, tendo como representatividade do “n” total de centros do CIBMTR, 8%

A parceria entre a SBTMO e o CIBMTR, que conta com o apoio do Sistema Nacional de Transplantes (SNT), possibilitou o retorno dos dados brasileiros cadastrados no CIBMTR, por meio do Data Back to Center (DBtC), de forma padronizada e organizada. E, a consolidação do Registro Brasileiro de TCTH (RBTCTH) utilizando a infraestrutura CIBMTR, permitiu o desenvolvimento e atualização do primeiro Summary Slides brasileiro de 2021, cujos indicadores podem ser acessados neste novo artigo da JBMTCT.

Que tal ficar por dentro dos artigos publicados na literatura sobre Doença Falciforme?

Que tal ficar por dentro dos artigos mais relevantes publicados na literatura sobre Doença Falciforme?

A ASTCT preparou uma coletânea especial de artigos de livre acesso (open access) sobre o assunto, para celebrar o “setembro – mês da Conscientização sobre a DF” nos Estados Unidos. Em reconhecimento à ocasião.

Confira aqui https://bit.ly/sbtmo-recomenda-special-astct-sickle-cell-awareness-month-22               

*E mais: aproveite para aprofundar ainda mais no assunto, lendo e relendo as nossas Diretrizes Brasileiras publicadas nos últimos consensos – geral (2020) e pediátrico (2021), que estão disponíveis em JBMTCT, nosso periódico científico oficial!*

– *Consenso SBTMO 2020* – Acesse o artigo: “HEMATOPOIETIC STEM CELL TRANSPLANTATION IN CHILDREN WITH HEMOGLOBINOPATHIES: BRAZILIAN SOCIETY OF BONE MARROW TRANSPLANTATION CONSENSUS” aqui https://bit.ly/jbmtct-consenso-2020-hemoglobinopatias

– *Consenso SBTMO Pediátrico 2021* – https://bit.ly/jbmtct-consenso-pediatrico-2021

Por meio do conhecimento contínuo, poderemos sempre estar bem preparados para acolher e cuidar de nossos pacientes em programas de TCTH no Brasil! #TMOJuntos

#JBMTCT #SickleCellDisease #doençafalciforme

Adriana Seber recebe CIBMTR Distinguished Service Award

Brasileira se torna a 1ª mulher a receber a honraria e a quarta representante do TCTH latino-americano a ganhar a distinção. O primeiro a ser agraciado foi Dr. Ricardo Pasquini, em 2010.

A vice-presidente da SBTMO, Dra. Adriana Seber, recebeu o “CIBMTR Distinguished Service Award”, em cerimônia que aconteceu no dia 25 de abril, durante o Tandem Meetings | Transplantation & Cellular Therapy Meetings of ASTCT™ and CIBMTR®, realizado em Salt Lake City (Utah; EUA).

Esta é a primeira vez que uma mulher recebe a honraria, que é cedida àqueles que se destacam por suas contribuições no âmbito das pesquisas do CIBMTR em uma ou mais das seguintes áreas: promoção da pesquisa em TCTH e cuidados clínicos em países em desenvolvimento; ampliar a disponibilidade de transplantes; divulgar resultados de pesquisas para médicos e pacientes a fim de melhorar os resultados e a qualidade de vida; e, também, que colaboram com organizações para aumentar a troca de dados e a colaboração em pesquisa em todo o mundo.

Este prêmio significa muito para a América Latina. Até o momento apenas quatro latino-americanos foram agraciados com a honraria, sendo dois deles brasileiros: o primeiro, em 2010, foi o Dr. Ricardo Pasquini; e, agora, em 2022, foi a vez de Dra. Adriana Seber.  Além deles, dois mexicanos receberam a distinção.

Seber, que atua no serviço de TCTH do Samaritano Higienópolis e no IOP-GRAAC-Unifesp, considerou o momento muito especial, não apenas para ela, mas para todos aqueles que têm atuado no gerenciamento de dados nos serviços de transplantes brasileiros. Em seu discurso, de agradecimento, ela compartilhou que acredita fortemente ser fundamental conhecer os resultados que vêm sendo alcançados nos centros transplantadores nacionais para que haja aperfeiçoamento da prática e melhora nos cuidados com os pacientes. E, isso só é possível por meio do registro de dados. Ela pondera, entretanto, que no Brasil ainda não há gerenciadores de dados suficientes para atender a demanda e espera que com os treinamentos de capacitação que vêm sendo empreendidos, bem como os esforços do Grupo de Trabalho dos Gerenciadores de Dados da Sociedade Brasileira de Terapia Celular e Transplante de Medula Óssea (SBTMO), essa realidade possa vir a mudar.

Em nome do GTGD da SBTMO, o gerente de dados Anderson Simione, gravou um vídeo-depoimento parabenizando a Dra. Adriana Seber. Confira

Continue acompanhando as comunicações da SBTMO e fique por dentro da participação dos brasileiros no Tandem Meetings 2022.

Estudo multicêntrico latino-americano sobre IPSS-R em TCTH na SMD ganha destaque no MDS HUB

Os resultados alcançados no estudo multicêntrico latino-americano “Influência do tipo de doador e estratificação IPSS-R nos resultados do Transplante de Medula Óssea da Síndrome Mielodisplásica Registro Latino-Americano” ganharam destaque no MDS Hub, principal plataforma de educação e disseminação científica sobre SMD do mundo, criada em parceria com a European Leukemia Net (ELN).

Em entrevista ao MDS Hub, ao ser questionado se o IPSS-R pode ser usado como ferramenta prognóstica em TCTH na Síndrome Mielodisplásica em regiões onde a análise molecular não está disponível, o autor principal do artigo, Fernando Barroso Duarte, esclareceu que sim, trata-se de um recurso extremamente útil neste cenário, conforme foi possível observar na conclusão do artigo. Ele também compartilhou pontos importantes sobre como a melhoria do acesso à citogenética é importante no impacto da sobrevida dos pacientes com SMD submetidos a um transplante.

Segundo o pesquisador do Hospital Walter Cantídio da Universidade Federal do Ceará (HUWC-UFC) e presidente da Sociedade Brasileira de Terapia Celular e Transplante de Medula Óssea (SBTMO), o papel das mutações no diagnóstico, prognóstico, tratamento e até mesmo no seguimento pós-TCTH na SMD tem se tornado cada vez mais relevante do ponto de vista diagnóstico, principalmente nos casos com citopenias sem blastos.

A pesquisa, que foi apresentada no 42ª Encontro Anual do European Blood and Marrow Transplantation (EBMT), procurou avaliar dois aspectos: o tipo de doador e a correlação da estratificação com R-IPSS com a sobrevida global, considerando que não há acesso a análise molecular como ferramenta, como é a realidade da maioria dos centros de TCTH da América Latina. Para chegar a uma conclusão, foram analisados os dados de 331 pacientes com SMD do registro de transplantes de 32 centros públicos e privados da América Latina (Brasil, Uruguai e Argentina), no período de 1989 a 2021.

Acesse aqui para assistir a entrevista completa feita pelo MDS Hub, que contou também com a participação de Silvia Magalhães, da HUWC-UFC.

Referência

FB Duarte, TE Sousa, VAM Funke, VAR Colturato, N. Hamerschlak, NC Villela, MCMdA Macedo, AC Vigorito, RDdA Soares, A. Paz, M. Stevenazzi, AE Hallack Neto, G. Bettarello, BM Gusmão, MA Salvino, RF Calixto, MCR Moreira, GM Teixeira, EJdA Paton, V. Rocha, A. Enrico, C. Bonfim, CC Silva, RPG Lemes, YDO Garcia, R. Chiattone, AJ Simioni, C. Arrais, EOdM Coelho. Influence of donor type and r-ipss stratification on outcomes from myelodysplastic syndrome bone marrow transplantation latin american registry. In: Proceedings of the 42th European Bone and Marrow Transplantation; 2022 March 19-23; Virtual Meeting: EBMT; 2022. Abstract nr P641. Avaliable  https://ebmt2022.abstractserver.com/program/#/details/presentations/756