3ª Dose Contra Covid-19: ABHH e SBTMO emitem nota técnica conjunta




Entidades publicam documento com recomendações para que pacientes onco-hematológicos e pós-transplantados sejam incluídos no calendário vacinal para receberem a nova rodada de imunização

Em nota técnica publicada conjuntamente, a Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH) e a Sociedade Brasileira de Terapia Celular e Transplante de Medula Óssea (SBTMO) solicitam aos órgãos federais a inclusão imediata da 3ª dose da vacina contra a COVID-19 ou redução de intervalo entre doses para receptores de Transplante de Células-Tronco Hematopoéticas (TCTH) e indivíduos com doenças onco-hematológicas. Também estão incluídos na nota técnica a revacinação pós-transplante com esquema completo para os pacientes onco-hematológicos vacinados antes do encaminhamento para o TCTH.

O documento é assinado pelas Dras. Clarisse Martins Machado, do Instituto de Medicina Tropical da USP, Serviço de TMO do Hospital Amaral Carvalho, Hospital Albert Einstein-Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa; e Marcia Garnica, da Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Unidade de Transplante de Medula Óssea e Hematologia do Complexo Hospitalar de Niterói.   

No texto, as especialistas, que referendaram as argumentações em artigos internacionais sobre eficácia da produção de anticorpos, as autoras informam que, assim como idosos saudáveis acima de 80 anos e grande parte dos profissionais da saúde, que se vacinaram em janeiro de 2021, já estariam novamente sob risco de adoecimento, hospitalizações e óbitos por complicações da COVID-19. Isso porque estudos de duração da imunidade em indivíduos saudáveis mostram queda dos níveis protetores de anticorpos neutralizantes no período entre 6 a 8 meses pós-infecção natural pelo SARS CoV-2.

De fato, o aumento no número de internações e óbitos por COVID-19 em idosos acima de 80 anos, a partir de junho de 2021 – e que persiste desde então – sugere menor resposta à vacinação e decaimento rápido dos anticorpos induzidos pela vacina neste grupo. Assim, o país se prepara para iniciar a 3ª dose da vacina de COVID-19 nessa faixa etária.

Respostas ainda menores foram observadas em indivíduos em tratamento quimioterápico ou em uso de terapia com anticorpos monoclonais. Com relação à Coronavac, estudo brasileiro recente avaliou a resposta à primeira dose em receptores de transplante renal. A taxa de soroconversão após 1ª dose foi de apenas 15,2%. Cerca de 2% dos vacinados adquiriram COVID-19 entre a 1ª e a 2ª dose da vacina, com letalidade de 26%, similar a de receptores de transplante renal não vacinados. (7) Essas observações, incluindo também a Coronavac, reforçam a necessidade de duas ou mais doses de vacinas anti-COVID-19 em pacientes imunocomprometidos.

Cenário semelhante é esperado em pacientes imunocomprometidos. Em pacientes onco-hematológicos observou-se uma menor resposta à vacinação contra COVID-19 em comparação com indivíduos saudáveis, sendo que apenas 50% dos vacinados desenvolveram anticorpos em níveis protetores após duas doses da vacina Pfizer/BioNTech.

Com relação ao transplante de células tronco-hematopoiéticas (TCTH), recomenda-se que receptores de TCTH recebam qualquer uma das vacinas anti-COVID-19 disponíveis no país idealmente a partir do 6º mês do transplante, quando é esperada uma melhor resposta à vacina. Entretanto, em locais com aceleração das taxas de transmissão, a vacinação poderá ser antecipada a partir do 3º mês do transplante.

Em pacientes onco-hematológicos a orientação é priorizar a vacinação, independente da plataforma vacinal, sem restrições a nenhum grupo de pacientes. A vacinação deve ser iniciada o mais rapidamente possível, pois casos de COVID-19 nesta população estão associados a desfechos piores em diversas séries. (8 – 10)

Na tentativa de se obter um menor impacto da imunossupressão na resposta vacinal, sugere-se ajustes na agenda de vacinação em indivíduos com leucemias agudas em protocolos de indução de remissão, tratamentos contendo anticorpos monoclonais, imunoglobulinas, e corticosteroides em altas doses.


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